Urge Investimento em Técnicos Industriais e o Fortalecimento do Sistema CFT/CRTs
Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2025 – O cenário macroeconômico continua complexo para a indústria brasileira, com a confiança do setor registrando seu sétimo recuo no ano, conforme a Sondagem da Indústria publicada hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE).
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE caiu 0,7 ponto em outubro, atingindo 89,8 pontos. O índice em médias móveis trimestrais recuou 1,7 ponto, para 90,2 pontos. A piora na confiança foi observada em 7 dos 19 segmentos pesquisados pela Sondagem, refletindo avaliações negativas sobre a situação atual e expectativas para os próximos meses.
O aprofundamento do pessimismo é evidente no Índice de Expectativas (IE), que retrocedeu 0,7 ponto, fixando-se em 85,4 pontos. Este é o pior resultado para o indicador desde junho de 2020 (75,8 pontos).
"Em outubro a confiança da indústria piorou pela sétima vez no ano, reforçando o sentimento de pessimismo no setor. Nas avaliações sobre o momento atual dos negócios, preocupa o alto nível dos estoques na maioria dos setores. Quanto ao futuro, o sentimento de pessimismo é notado em todas as categorias de uso, sobretudo nas produtoras de bens duráveis que são mais sensíveis aos reflexos da política monetária contracionista. O resultado da sondagem retrata à risca a complexidade do ambiente macroeconômico para o setor industrial que vem apresentando sinais de desaceleração da atividade no segundo semestre. Apesar da redução da incerteza e do bom momento do mercado de trabalho, a indústria segue pessimista e distante de um reaquecimento da demanda, indicando desaceleração nos últimos meses do ano." — Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE
O elo essencial: A urgência de qualificação e o papel do Técnico Industrial
Diante dos desafios de desaceleração da atividade e da busca por maior eficiência para lidar com o cenário de estoques elevados – o indicador de nível de estoques subiu 0,2 ponto, para 106,4 pontos, o maior nível desde novembro de 2023, sinalizando excesso de estoque –, a indústria brasileira precisa, mais do que nunca, investir em mão de obra qualificada e especializada.
É neste contexto que a figura do Técnico Industrial — profissional regulamentado desde 1968 pela Lei Nº 5.524 e fundamental para o funcionamento eficiente, a otimização de processos e a implementação de sistemas automatizados— se torna crucial. A carência de profissionais técnicos qualificados no Brasil é reconhecida, sendo que estudos anteriores já apontavam para a necessidade de formar e requalificar milhões de trabalhadores industriais nos próximos anos.
Para que a indústria consiga reverter o atual quadro de pessimismo e se preparar para um futuro de maior competitividade e inovação, é vital um maior investimento na formação de novos Técnicos Industriais e na requalificação dos atuais.
Este investimento passa, necessariamente, pelo fortalecimento do Sistema CFT/CRTs (Conselho Federal dos Técnicos Industriais e Conselhos Regionais), criado pela Lei nº 13.639/2018. O Sistema tem a missão de zelar pela sociedade e valorizar os técnicos por meio da regulamentação, orientação e fiscalização do exercício profissional, atestando a qualificação e competência desses trabalhadores.
O profissional Técnico Industrial, com suas habilidades práticas e conhecimento, é um pilar para:
- Implementar e gerenciar sistemas automatizados, aumentando a produtividade e precisão.
- Garantir a segurança e a qualidade nos projetos e instalações industriais.
- Atuar na fiscalização educativa e orientativa do exercício legal da profissão, assegurando a qualidade dos serviços prestados à sociedade.
O cenário de desaceleração, refletido na queda da confiança e no alto nível de estoques, reforça a necessidade de uma estratégia nacional que priorize a educação profissional técnica como motor para a retomada do crescimento industrial e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
A próxima divulgação da Sondagem da Indústria ocorrerá em 26 de novembro de 2025.
 


 
