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Artigo: Cabeamento estruturado para ambientes industriais (NBR 16521)

Conectividade e eficiência para processos críticos - Reprodução


Nova edição da NBR 16521 estabelece diretrizes para cabeamento estruturado em ambientes industriais


Publicada em março de 2025, a nova edição da norma ABNT NBR 16521 – Cabeamento Estruturado Industrial traz atualizações importantes para o projeto e a implementação de infraestrutura de rede em instalações industriais. A norma se aplica a ambientes fabris e também a áreas industriais inseridas em outros tipos de edificações, como edifícios corporativos monousuários ou com múltiplos ocupantes em um mesmo campus.

A norma abrange sistemas de cabeamento balanceado e fibra óptica, com foco em aplicações como automação, controle de processos e monitoramento — incluindo o suporte à alimentação elétrica de dispositivos de rede, como no caso de soluções Power over Ethernet (PoE).

Estrutura técnica e aplicações

A NBR 16521 especifica a configuração mínima para o cabeamento estruturado industrial, abrangendo desde as interfaces das tomadas industriais (IO) até os requisitos de desempenho dos enlaces e canais. Também orienta sobre a implementação dos componentes e os procedimentos de ensaio, embora ressalte que aplicações críticas e exigências de segurança elétrica, incêndio e compatibilidade eletromagnética (EMC) estão fora do escopo.

A norma reforça a necessidade de conformidade com outros regulamentos técnicos, como as NBR 16869-1, NBR 17040, NBR 14565 e normas internacionais como a ISO/IEC 11801-1.

Subsistemas e topologias

O sistema de cabeamento industrial pode ser composto por até quatro subsistemas: backbone de campus, backbone de edifício, backbone intermediário e cabeamento horizontal industrial. A distribuição do cabeamento, em geral, parte do Distribuidor Horizontal Industrial (IHD), sendo que cada subsistema deve seguir critérios específicos de instalação, especialmente quando estiverem localizados em áreas sujeitas a interferências eletromagnéticas ou condições ambientais adversas.

A norma destaca, por exemplo, que a escolha de cabos e conectores deve considerar as classificações ambientais MICE, conforme detalhado no Anexo B, e que essas condições devem ser atendidas também em espaços de telecomunicações e caminhos físicos das redes.

A estrutura do sistema de cabeamento industrial deve identificar um sistema de cabeamento estruturado industrial e seus elementos funcionais, descrever como são conectados entre si para formar subsistemas e identifica as interfaces necessárias para a conexão entre os componentes de aplicações específicas. 

As aplicações constantes na ISO/IEC 11801-1:2017, Anexo E, são suportadas para conexão de equipamentos ativos às IO (ou TO) e distribuidores. A figura abaixo apresenta a topologia de um sistema de cabeamento industrial.

Elementos funcionais e flexibilidade

Entre os componentes especificados estão: Distribuidor Intermediário (ID), cabo do ponto de consolidação (CP), tomadas industriais (IO) e interfaces de rede (NI) — estas últimas, quando necessárias, não são tratadas diretamente pela norma. A configuração em anel entre IOs é apresentada como exemplo, mas outras topologias são permitidas, desde que respeitem os requisitos técnicos.

A norma permite também a utilização da configuração MPTL (Modular Plug Terminated Link), que conecta diretamente dispositivos industriais ao cabeamento horizontal, atendendo às exigências da NBR 16869-3, especialmente para uso de conectores RJ45 de oito vias.

Cabeamento óptico e centralizado

A estrutura de cabeamento centralizado descrita na NBR 16521 permite a combinação de subsistemas com conexões passivas entre distribuidores, por meio de modelos de interconexão ou conexão cruzada. Em casos de cabeamento óptico, é possível utilizar emendas ópticas nos distribuidores, seguindo as diretrizes da NBR 14565, embora isso possa limitar a capacidade de reconfiguração da rede.

A nova edição da NBR 16521 representa um avanço importante na normatização de redes industriais, alinhando requisitos técnicos com a crescente complexidade das instalações e o aumento das demandas por conectividade, automação e confiabilidade. Seu conteúdo é essencial para engenheiros, integradores de sistemas, gestores de manutenção e projetistas que atuam em ambientes industriais e precisam garantir o desempenho e a conformidade de suas infraestruturas de rede.

Leia o artigo técnico na íntegra (pdf) 

Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica, especializado em Tecnologia da Informação e Comunicação. Atualmente, é Editor-Chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Possui ampla experiência como jornalista e diagramador, com registro profissional DRT 10580/DF. https://etormann.tk | https://atualidadepolitica.com.br

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