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Redes inteligentes reduzem perdas

Microgeração em áreas densamente povoadas ganha relevância para o setor


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Desde o início do novo milênio, metade da população mundial habita os grandes centros urbanos, uma tendência que não irá se inverter. Em 2050, o planeta deverá ter nove bilhões de habitantes, dois bilhões a mais do que o contingente atual, sendo que três quartos viverão nas cidades. A urbanização acelerada e o aumento populacional serão impulsionados pela Ásia, com destaque para China e índia, e pela África.

Reduzir a pegada ambiental, ser mais eficiente e gerar energia limpa serão os principais desafios energéticos nos próximos anos. As cidades terão de melhorar a in-fraestrutura existente, seja pela adoção das redes inteligentes de energia, seja pelo incentivo à microgeração distribuída em áreas densamente povoadas, enquanto pesquisadores se debruçam sobre novas tecnologias de geração, que envolvem do aproveitamento de ondas do mar ao estudo do potencial de ventos de furacões.

No setor elétrico, uma das principais novidades serão as redes inteligentes, uma das facetas da internet das coisas e que poderá contribuir para a redução das perdas. A revolução poderá criar um novo paradigma, ao mudar a relação entre cliente e concessionária. No Brasil, 6% da energia gerada é desperdiçada.

Sua implementação permitirá que as máquinas e equipamentos conversem entre si, buscando eficiência. Também possibilitará que cada eletrodoméstico tenha seu consumo avaliado pelo consumidor em tempo real. O usuário poderá ter à sua disposição tarifas diferenciadas por horário, geren-ciando o funcionamento de eletrodomésticos, que poderão ser ligados de madrugada, quando a energia for mais barata.

O consumidor também terá o poder gerar energia e abater da conta de luz o que produziu, porque os medidores são bidirecio-nais, permitindo ler o consumo e indicar se o cliente está gerando sua própria energia por um painel fotovoltaico. "O smart grid vai representar uma quebra de paradigma, porque traz consigo o potencial de mudar a forma como os consumidores tratam a energia", diz o presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), Maurício Tolmasquim.

Nos Estados Unidos, 43% das unidades consumidoras já operam com medidores inteligentes, sendo que na Califórnia 100% dos medidores instalados são bidirecionais, permitindo ler o consumo e indicar se o cliente está gerando sua própria energia por um painel fotovoltaico. No Brasil, as redes ensaiam os primeiros passos.

A microgeração distribuída, seja pela instalação de minigeradores eólicos ou de painéis fotovoltaicos, é outra tendência em expansão, que poderá ser acelerada com a adoção das redes inteligentes. "A energia solar deverá ter grande crescimento no mundo nos próximos anos e o seu custo deve cair. No Brasil, a microgeração deverá crescer também", diz Tolmasquim.

O avanço das redes inteligentes poderá fazer com que os veículos elétricos ganhem as ruas das cidades. "Ele poderá permitir uma grande eficiência na rede, porque as concessionárias terão melhor conhecimento de onde se consome mais e as maiores deficiências. Isso poderá fazer com que haja uma necessidade de investimentos menos em novas usinas. Assim, acho que sua implementação poderá ser acelerada, contribuindo para a redução sobre a pressão dos preços da energia elétrica", afirma José Luiz Alqueres, ex-presidente da Light e da Eletrobras.

Pesquisadores do mundo se debruçam sobre novas fontes de geração de energia. Uma delas é a força das ondas do mar. No Brasil, há um projeto pioneiro no Ceará, no porto de Pecém, idealizado e projetado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O potencial de energia dessa fonte pode chegar entre 20 mil a 25 mil MW no país, cerca de duas usinas hidrelétricas de Itaipu, nas estimativas do professor Segen Estefen, do Laboratório de Tecnologia Submarina da Coppe da UFRJ.

Apesar da mobilização de esforços, o petróleo deve se manter como principal combustível energético, até pelo menos, 2030. Para Alexandre Szklo, professor de planejamento energético da Coppe da UFRJ.

Fonte: Valor Econômico
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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