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O choque elétrico mata

O choque elétrico é um risco para todos que trabalham em serviços e atividades que envolvam a energia elétrica direta ou indiretamente ou ainda em sua proximidade. Todos devem saber os riscos da atividade e como evitar que isso se torne um acidente. Em casa, ao manusear os equipamentos elétricos, todo cuidado é pouco.


Segundo a Abracopel, no Brasil, em 2018, foram registrados 1.424 acidentes, de origem elétrica, além de 622 mortes. Deste montante, 836 foram causados por choques elétricos, 537 incêndios por sobrecarga ou curto-circuito e 51 descargas atmosféricas. Estes valores representam um aumento de 2,67% em comparação ao ano de 2017 e de 37,2% em relação ao ano de 2013, ano em que o projeto do anuário teve início.

Resumidamente, pode-se dizer que o choque é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo. A intensidade da corrente elétrica que atravessa o corpo durante o choque e o caminho desta corrente elétrica pelo corpo, dependendo do seu nível de tensão, pode causar danos ao organismo da vítima.

Pode causar distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à parada cardiorrespiratória. Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de terceiro grau), a de entrada e de saída da corrente elétrica.

Mesmo tensões relativamente pequenas podem causar graves danos, dependendo da resistência do corpo humano. Em situações de altas tensões, como nos cabos de transmissão de energia elétrica, o contato será sempre perigoso e poderá provocar grandes lesões.

Os tipos mais prováveis de choque elétrico são aqueles em que a corrente elétrica circula da palma de uma das mãos à palma da outra mão, ou da palma da mão até a planta do pé. Existem três categorias de choque elétrico.

O choque produzido por contato com circuito energizado é o direto da pessoa com a parte energizada da instalação. O choque dura enquanto permanecer o contato e a fonte de energia estiver ligada. Pode causar pequenas contrações ou até lesões irreparáveis.

O choque produzido por contato com corpo eletrizado que é produzido por eletricidade estática, sua duração é muito pequena, o suficiente para descarregar a carga da eletricidade contida no elemento energizado. Na maioria das vezes não provoca efeitos danosos ao corpo, devido a curtíssima duração.

O choque produzido por raio (descarga atmosférica) surge quando acontece uma descarga atmosférica que pode entrar em contato direto ou indireto com uma pessoa. O efeito é imediato e pode causar queimaduras graves e até mesmo a morte.

Seja em estabelecimentos comerciais ou dentro de casa, existem algumas medidas simples que os pais podem tomar para evitar que haja problemas. Em estabelecimentos comerciais, cujo bom funcionamento de aparelhos elétricos depende do controle e fiscalização das próprias empresas, o melhor é manter os olhos, principalmente nas crianças.

Um supermercado, por exemplo, carrega vários atrativos para as crianças, por isso, é fundamental que elas fiquem perto dos pais o tempo todo e que não mexam em nada. Dentro de casa é importante verificar toda a parte elétrica.

Os aparelhos domésticos precisam estar com fios encapados. As tomadas devem ser protegidas com protetor ou até mesmo com móveis. Já as geladeiras e as máquinas de lavar precisam estar longe do local onde as crianças brincam. Os aparelhos portáteis, como secador de cabelo, chapinha e ferro de passar, também precisam ficar fora do alcance das crianças. Assim que terminar o uso, os pais devem desligá-los e tirar da tomada imediatamente.

São enormes os riscos que o trabalhador está sujeito quando opera com energia elétrica. O contato com o corpo e as partes energizadas de uma instalação elétrica de baixa tensão produz o chamado choque elétrico e, se for de alta tensão, têm-se o arco elétrico que precede de contato, e em geral, leva à morte.

Em relação ao corpo humano, os acidentes com eletricidade se dividem em: eletrocussão, com morte consequente; eletrotrauma (ou lesão por eletrização que é a exposição do corpo a uma descarga elétrica, sempre com resultado fatal, que pode ocorrer tanto na baixa tensão como na alta tensão elétrica).

Enquanto o eletrotrauma é o acidente que traz consequências físicas, orgânicas e mentais à pessoa humana, o choque elétrico é a sensação sentida por uma pessoa quando tem o seu corpo sujeito à passagem de uma corrente elétrica, seja ela alternada ou contínua. Ele se manifesta por três formas distintas: eletricidade estática (tensão elétrica constante); eletricidade dinâmica (tensão elétrica na forma de onda eletromagnética alternada ou contínua); descargas atmosféricas ou arcos elétricos.

No caso de choque por eletricidade estática, a manifestação do fenômeno normalmente se dá por um único pulso sensorial de descarga, muitas vezes de valor significativo, o qual é sentido pelas partes internas (microchoque) e externas (macrochoque) do corpo, nos instantes em que ocorrem desligamento ou contatos com partes vivas da instalação, como, por exemplo, em conexões de baterias e em terminais de capacitores, que são aparelhos elétricos armazenadores de carga.

No caso de choque por eletricidade dinâmica, como ocorre na corrente alternada, a sensação que a pessoa experimenta é a de um violento estremecimento no corpo, seguido de um calor intenso no ponto de contato. Esse tremor é tão mais intenso quanto maior for a tensão e a frequência elétrica aplicada, enquanto que a queimadura do corpo, no ponto de contato, é tão mais forte quanto maior for a intensidade da corrente sentida. Nesse caso, a corrente que flui através do corpo humano causa, dentro de poucos segundo, lesões nos tecidos nervosos e cerebrais por onde passa.

No caso das descargas atmosféricas provocadas por raios, as lesões são instantâneas, gravíssimas e geralmente fulminantes. Já nos acidentes com instalações elétricas de alta tensão sequer é preciso que haja o contato físico do corpo com as partes energizadas das instalações.


Os fatores que determinam a gravidade do choque elétrico podem ser descritos. Por exemplo, o percurso da corrente elétrica; as características da corrente elétrica; e a resistência elétrica do corpo humano. As características da corrente elétrica que influencia o choque elétrico são: o tipo de corrente, se continua ou alternada, sendo dentre estas a alternada mais perigosa.

A intensidade da corrente que está circulando o corpo no momento do choque, pois quanto maior a corrente maior a lesão. O tempo de exposição porque apenas alguns milissegundos são suficientes para causar danos ou até mesmo a morte.

Soma-se a tudo isso, a resistência do corpo humano. As partes do corpo que oferecem maior resistência à passagem da corrente elétrica são os ossos e a pele. A menor resistência da massa corporal se localiza na epiderme e nos músculos, onde se exala o suor (que é tão condutor quanto maior for o pH ou índice de salinidade) bem como os nervos e vasos sanguíneos.

Não se deve esquecer de que trabalhar com energia elétrica pode ser perigoso. Engenheiros, eletricistas e outros trabalhadores lidam diretamente com a eletricidade, inclusive trabalhando em linhas aéreas, instalações elétricas e montagens de circuitos. Outros, como trabalhadores de escritório, agricultores e trabalhadores da construção trabalham com eletricidade indiretamente e também podem estar expostos a riscos elétricos.

A corrente elétrica afeta o corpo quando ela flui. A unidade básica da corrente é o amplificador. Esta é a corrente que flui através de uma resistência de 1 ohm (Ω) quando uma voltagem de 1 volt é aplicada através dela. No entanto, as correntes tão baixas quanto milésimos de ampères (miliampère) podem ter um efeito adverso no corpo.

A corrente de 30 mA pode causar o surgimento de paralisia respiratória potencialmente fatal. O efeito adverso estará diretamente relacionado ao nível de corrente, o tempo que o corpo fica exposto e o caminho que a corrente percorre pelo corpo.

Como a corrente elétrica é conduzida através de um material, qualquer resistência (oposição ao fluxo de elétrons) resulta em uma dissipação de energia, geralmente na forma de calor. Este é o efeito mais básico e fácil de entender da eletricidade no tecido vivo: a corrente aquece.

Se a quantidade de calor gerado for suficiente, o tecido pode ser queimado. O efeito é fisiologicamente o mesmo que o dano causado por uma chama aberta ou outra fonte de calor de alta temperatura, exceto que a eletricidade tem a capacidade de queimar o tecido bem abaixo da pele de uma vítima ou mesmo queimando órgãos internos.

Outro efeito da corrente elétrica no corpo, talvez o mais significativo em termos de perigo, diz respeito ao sistema nervoso. Ou seja, a rede de células especiais do corpo chamadas nervosas ou neurônios que processam e conduzem a multiplicidade de sinais responsáveis pela regulação de muitas funções corporais.

O cérebro, a medula espinhal e os órgãos sensoriais/motores do corpo funcionam juntos para permitir que ele sinta, mova, responda, pense e se lembre. As células nervosas comunicam entre si através da transmissão de sinais elétricos (tensões e correntes muito pequenas). Se uma corrente elétrica de magnitude suficiente é conduzida através de uma criatura viva (humana ou não), seu efeito será anular os pequenos impulsos elétricos normalmente gerados pelos neurônios, sobrecarregando o sistema nervoso e impedindo que os sinais internos sejam capazes de atuar nos músculos.

Os músculos impulsionados por uma corrente externa (choque elétrico) vão se contrair involuntariamente, e não há nada que a vítima possa fazer a respeito. Este problema é especialmente perigoso se a vítima entrar em contato com um condutor energizado com as mãos.

Os músculos do antebraço responsáveis por flexionar os dedos tendem a ser melhor desenvolvidos do que os músculos responsáveis por estender os dedos e assim se ambos os conjuntos de músculos tentarem se contrair por causa de uma corrente elétrica conduzida pelo braço da pessoa, os músculos flexionados vencerão. os dedos em um punho.

Destaca-se que, se o condutor ou fio energizado estiver de frente para a palma da mão da vítima, essa ação de apertar forçará a mão a segurar firmemente o fio, agravando a situação, garantindo um excelente contato com o fio. A vítima será completamente incapaz de soltar o fio. Este efeito só pode ser interrompido parando a corrente através da vítima.


Os riscos de acidentes dos empregados, que trabalham com eletricidade, em qualquer das etapas de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, constam da Norma Regulamentadora 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade (NR 10) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Na verdade, pode-se dizer que tudo está sempre associado à energia elétrica, que pode ser usada na casa (lâmpadas, geladeira, TV, chuveiro, etc.), no galpão (ordenhadeira mecânica, incubadora, picadeira, etc.), na conservação e transformação de alimentos (resfriadora de leite, estufa, freezer, etc.), no acionamento de máquinas e motores (para bombear água, na irrigação por aspersão, etc.) e em várias outras aplicações.

As fontes de eletricidade, na zona rural, se manifestam através dos seguintes equipamentos ou fenômenos: descargas atmosféricas (raios); ferramentas elétricas manuais; peixe-elétrico (o poraquê da Amazônia); atrito (eletricidade estática); cerca elétrica (para animais); fios energizados (de postes ou no lar); baterias (alimentadas por cataventos); painéis fotovoltaicos (energia solar); turbinas (energia hidráulica); motores estacionários (geradores); e motores elétricos.

A energia elétrica, apesar de útil, é muito perigosa e pode provocar graves acidentes, tais como: queimaduras (até de terceiro grau), coagulação do sangue, lesão nos nervos, contração muscular e uma reação nervosa de estremecimento (a sensação de choque) que pode ser perigosa, se ela provocar a queda do indivíduo (de uma escada, árvore, muro, etc.) ou o seu contato com equipamentos perigosos. Os efeitos estimados da corrente elétrica contínua de 60 Hz, no organismo humano, podem ser resumidos na tabela abaixo.

Corrente - Consequência
1 mA - Apenas perceptível
10 mA - Agarra a mão
16 mA - Máxima tolerável
20 mA - Parada respiratória
100 mA - Ataque cardíaco
2 A - Parada cardíaca
3 A - Valor mortal


A NR 10 é subdividida em tópicos, e cada um deles está relacionado a um tema dentro do assunto global, que diz respeito à segurança em instalações e serviços em eletricidade. O objetivo é estabelecer requisitos e condições mínimas para a implementação de sistemas preventivos e medidas de controle que resguardem a segurança e a saúde dos trabalhadores que interajam, direta ou indiretamente, com serviços em eletricidade, instalações elétricas e/ou em suas proximidades.

É aplicável às etapas de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, contemplando cinco fases: projeto, construção, montagem, operação e manutenção. As empresas são obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados de suas instalações elétricas com as especificações do sistema de aterramento e dos demais equipamentos e dispositivos de proteção.

No entanto, em casos de estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW, deve ser constituído e mantido o Prontuário de Instalações Elétricas (PIE) contendo todas as informações pertinentes às instalações elétricas e aos trabalhadores. Informes, tais como, medidas de proteção coletiva e individual, especificação de equipamentos e ferramentas disponíveis também devem estar contidas no prontuário. .

O projeto deve estar sempre atualizado e acessível às partes competentes, com o memorial descritivo contendo todas as informações pertinentes às instalações elétricas. Além disso, devem ser contemplados dispositivos de desligamento de circuitos que possuam recursos para impedimento de reenergização, incluindo, quando possível, os de ação simultânea.

Sob a supervisão de um profissional autorizado, todas as atividades devem ocorrer de forma a garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores, utilizando equipamentos e ferramentas aprovadas compatíveis com a instalação elétrica. Devem ser considerados, também, todos os perigos e riscos adicionais possíveis junto às suas respectivas medidas preventivas.

Quanto à segurança em instalações elétricas desenergizadas, somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho mediante os procedimentos apropriados, obedecida a sequência: seccionamento; impedimento de reenergização; constatação da ausência de tensão; instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos; proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada (Anexo II da NR 10); instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a autorização para reenergização que deverá ser feita com a retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização; remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais; remoção da sinalização de impedimento de reenergização; destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento.

Em instalações elétricas de baixa tensão, não são consideradas atividades restritas as operações básicas, como ligar e desligar circuitos elétricos, desde que utilizados materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados para operação. Todavia, na ausência de impedimentos, as intervenções de complexidade superior às operações básicas citadas anteriormente somente podem ser realizadas por trabalhadores qualificados, habilitados, capacitados e autorizados, conforme as definições disponíveis na NR 10. Já o trabalhador que ingressar na zona controlada deverá respeitar distâncias de segurança delimitadas e realizar procedimentos específicos.

As empresas precisam ficar atentas aos trabalhos envolvendo alta tensão (AT). Além do treinamento básico da NR 10, o trabalhador deve fazer, também, o específico em Sistemas Elétricos de Potência (SEP), com duração mínima de 40h. Também é importante salientar que em instalações elétricas energizadas em AT e SEP, os serviços não podem ser realizados individualmente. É dever do trabalhador atentar-se às orientações da norma, no que se refere, por exemplo, ao uso de equipamentos que permitam a comunicação permanente com a equipe e ao cumprimento de uma ordem de serviço específica, devidamente autorizada para data e local.

A NR 10 diz que é considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino. É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe. É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, simultaneamente: receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado; e trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado. São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa.

A NBR 5410 de 09/2004 – Instalações elétricas de baixa tensão estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. Aplica-se principalmente às instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.), incluindo as pré-fabricadas.

O tempo de construção do imóvel pode ser uma relação direta ao maior risco do patrimônio a incêndios e dos moradores à exposição de choques elétricos. Outro fator de agravamento de risco identificado se refere ao tipo da obra, se realizada por construtoras – mais propensas ao cumprimento das regulamentações vigentes – ou resultado da autoconstrução, tipo de obra predominante no Brasil.

Os especialistas recomendam como segurança: fazer a manutenção periódica das instalações elétricas e redimensioná-las e/ou renová-las sempre que preciso (sugere-se a revisão a cada dez anos); instalar o fio terra e os DR (dispositivos diferenciais residuais); usar os protetores de tomadas sempre que estiverem fora de uso para evitar a exposição de crianças pequenas ao risco de contato com a eletricidade; quando possível, substituir as tomadas de dois pinos (antigas) por tomadas do novo padrão com três pinos; desligar o disjuntor no quadro de distribuição, antes de qualquer serviço que envolva o contato com a eletricidade em casa; evitar o uso de eletrodomésticos e/ou eletroeletrônicos em locais úmidos; sempre desligar o chuveiro antes de trocar a chave da temperatura; não fazer uso de eletrodomésticos e/ou eletroeletrônicos conectados à tomada durante tempestades e vendavais; evitar o uso permanente de benjamins, extensões, preferindo a instalação de novas tomadas; e chame sempre um profissional qualificado, que entenda os perigos e riscos da eletricidade, para realizar os serviços no imóvel.

Plugues, tomadas e adaptadores

A NBR 14136 de 09/2012 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada – Padronização fixa as dimensões de plugues e tomadas de características nominais até 20 A/250 V em corrente alternada, para uso doméstico e análogo, para a ligação a sistemas de distribuição com tensões nominais compreendidas entre 100 V e 250 V em corrente alternada. Aplica-se aos plugues e tomadas especificados na NBR NM 60884-1. Não se aplica aos plugues e tomadas destinados aos equipamentos classe O.

Na verdade, a norma alterou o número de orifícios e os formatos das tomadas que já haviam sido revistos, aumentando de 2 para 3 o número entradas para plugues e alterando o antigo formato arredondado para a forma de hexágono, que possibilita que a tomada dos aparelhos eletrodomésticos seja inserida com mais profundidade e, com isso, evite que parte elétricas fiquem expostas.

As bordas arredondadas e uma superfície protetora maior foram outras mudanças nas tomadas. Os plugues também devem ter uma espécie de capa protetora, fazendo com que apenas a ponta seja transmissora de eletricidade. No Brasil, as correntes elétricas mais utilizadas possuem 110 e 220 volts e, por isso, se encaixam na nova regulamentação. São Paulo, Rio, Minas Gerais e Bahia adotam o padrão 110 V.

Mesmo assim, algumas cidades paulistas e fluminenses optaram por fornecer 220 V. Nas capitais, é comum encontrar tomadas 110 e 220 volts. Os demais estados ficam em 220 V. Os plugues de três pinos são utilizados em aparelhos que necessitam de aterramento, como ar-condicionado, refrigeradores, computadores. O terceiro pino realiza a ligação com o fio terra, evitando que o consumidor sofra um choque elétrico ao ligar aparelhos que estejam em curto-circuito.

Já a NBR 16188 de 07/2013 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo – Adaptadores providos de protetor e/ou filtro de linha – Requisitos específicos deve ser utilizada em conjunto com a NBR 14936. Ela estabelece os requisitos mínimos exigíveis de desempenho e segurança para adaptadores de plugues e tomadas providos de protetores e/ou filtros de linha, com tensão nominal não superior a 250 V ca e corrente nominal de até 20 A, destinados para uso doméstico e análogo, tanto para uso interno como para uso externo.

O termo equipamento é usado como termo geral para designar os adaptadores protetores e os adaptadores filtros de linha, em todo o texto dessa norma, com exceção dos casos em que é feita referência específica a um destes tipos. Os equipamentos conforme essa norma são destinados a serem utilizados a uma temperatura ambiente que não exceda normalmente 40 °C, mas a sua média no período de 24 h não pode exceder 35 °C, sendo – 5 °C o limite mínimo da temperatura ambiente.

Essa norma é aplicável aos adaptadores protetores contra surtos e aos adaptadores filtros de linha que sejam mecanicamente similares aos adaptadores de plugues e tomadas que foram concebidos para tal propósito, independentemente da nomenclatura adotada, e para os que não possuam norma específica. Caso o equipamento possua funções de transformação ou regulação da tensão alternada, desligamento automático por sub ou sobretensão, comando eletrônico para desconexão ou conexão da rede elétrica nas tomadas de saída, essa norma não é aplicável. O equipamento deve ser projetado e construído de forma que, em utilização normal, seu funcionamento seja seguro e não ofereça perigo ao usuário ou ao ambiente dentro do propósito dessa norma.

O equipamento deve ser projetado para ser utilizado para conectar aparelhos de classe I de acordo com sua classificação quanto à proteção ao choque elétrico. Em relação à proteção contra choques elétricos, assume-se que operadores e pessoas de manutenção sejam desatentos, mas não ajam intencionalmente de modo a criar riscos. Assume-se que o pessoal de manutenção seja razoavelmente cuidadoso ao lidar com riscos óbvios, mas o projeto deve preveni-lo contra acidentes, usando-se símbolos de advertência, protegendo os terminais de tensão elétrica perigosa, segregando tensões ou potenciais perigosos.

O mais importante é que o pessoal de manutenção seja protegido contra riscos inesperados. O uso do símbolo de advertência é obrigatório. Incluem-se exigências para prevenir contra danos devido a altas temperaturas de partes acessíveis ao operador e assegurar que o equipamento seja mecanicamente estável e estruturalmente firme e não tenha cantos vivos ou pontas.

O condutor de neutro, se houver, deve ser isolado do terra e de partes metálicas acessíveis em todo o equipamento, como se fosse um condutor de fase. Os componentes ligados entre neutro e terra devem ter características adequadas para uma tensão de trabalho igual à tensão de fase a neutro. A conformidade é verificada por inspeção.

Os componentes ligados entre fase e terra devem suportar uma tensão de trabalho igual à tensão entre fase e fase. A conformidade é verificada por inspeção. O equipamento deve ser previsto para operação em regime contínuo com carga nominal, na tensão nominal. Nesta condição, todos os componentes do produto devem trabalhar dentro de suas especificações. Caso seja necessário tomar precauções especiais para evitar a introdução de riscos na operação, instalação, manutenção, transporte ou armazenagem do equipamento, o fabricante deve advertir e ter disponíveis as instruções apropriadas, em português.

As instruções de operação, se houver, devem estar disponíveis para o usuário, e em português. Instruções de instalação devem estar disponíveis, incluindo informações relativas à polaridade da tomada quando existir a conexão à terra. No caso de um equipamento previsto para conexão sob tensões nominais múltiplas, o método de seleção deve ser descrito no manual ou nas instruções de instalação. A conformidade é verificada por inspeção.

Os ensaios devem ser realizados para demonstrar a conformidade com esta norma. Os acessórios (plugues, tomadas, interruptores, porta-fusível, cabo flexível, etc.) do equipamento, cujos requisitos e ensaios já tenham sido verificados individualmente de acordo com a norma do acessório pertinente, não necessitam ser reverificados. Isso não exclui a realização dos ensaios estabelecidos nesta norma para avaliação do novo conjunto.

Salvo especificação em contrário, as amostras são ensaiadas como fornecidas e nas condições normais de utilização. Salvo se especificado em contrário, os ensaios são efetuados na ordem das seções, a uma temperatura ambiente compreendida entre 15 °C e 35 °C. Quando da medição das temperaturas máximas ou elevações de temperatura especificadas, deve-se manter a temperatura ambiente do ar em 23 °C ± 2°C, com o equipamento em operação. Quando não especificado, considerar a temperatura ambiente máxima de 35°C.



A NBR IEC 61242 de 03/2013 – Acessórios elétricos – Extensões enroláveis sobre carretel para uso doméstico e análogo aplica-se às extensões enroláveis sobre carretel, somente para corrente alternada, de corrente nominal até 16 A, de tensão nominal superior a 50 V e não excedendo 250 V para as monofásicas, e acima de 50 V e não excedendo 440 V para outras extensões enroláveis sobre carretel. Essas extensões são destinadas às utilizações domésticas, comerciais, terciárias e usos análogos para locais externos ou internos.

Visa particularmente à segurança em uso normal. No Brasil, considera-se a corrente nominal de até 20 A devido à padronização de plugues e tomadas (NBR 14136). Esta norma pode ser usada como um guia para os dispositivos enroladores (carretéis) de cabos incorporados ou associados a aparelhos ou a luminárias naquilo que for aplicável.

Os dispositivos enroladores (carretéis) conforme esta norma são adequados para serem utilizados a uma temperatura ambiente normalmente não superior a 25°C, mas que pode atingir ocasionalmente 35 °C. Em locais submetidos a condições particulares, pode ser requerida uma construção especial.

As extensões enroláveis sobre carretel devem ser projetadas e construídas de maneira que, em seu manuseio normal, seu funcionamento seja seguro e não represente risco ao usuário e ao ambiente. Em geral, a conformidade é verificada pela execução de todos os ensaios pertinentes especificados. Os ensaios de acordo com esta norma são ensaios de tipo.

As extensões enroláveis sobre carretel devem ser ensaiadas com o cabo flexível destacável como indicado na extensão enrolável sobre carretel. Exceto em casos em que haja determinação contrária especificada, os ensaios são feitos em três amostras como fornecidas.

Para os ensaios conforme o item 20. 1, amostras suplementares podem ser necessárias para determinar a corrente mais elevada possível com a qual o ponto fraco não atua. Salvo especificação contrária, os componentes das extensões enroláveis sobre carretel são ensaiados conforme os requisitos da norma pertinente, tanto quanto aplicável.

Salvo especificação em contrário, os ensaios são realizados na ordem das seções, e na temperatura ambiente compreendida entre 15°C e 35°C. Em caso de dúvida, os ensaios são realizados a uma temperatura ambiente de 20°C ± 5°C. Salvo especificação em contrário, três amostras são submetidas a todos os ensaios e os requisitos são satisfeitos se todos os ensaios forem satisfeitos.

Caso apenas uma das amostras não cumpra as exigências de um ensaio em razão de defeito de montagem ou de fabricação, que não fundado e representativo de problemas de projeto, então este ensaio e todos os demais cujos resultados possam ter influenciado em seu resultado devem ser repetidos. Também devem ser realizados os ensaios seguintes na correta sequência, tomando-se por base um novo lote completo de amostras, devendo todos estar em conformidade com os requisitos.

As extensões enroláveis sobre carretel são classificadas conforme o método de utilização em extensões móveis e extensões fixas. Conforme o modo de enrolar o cabo flexível: enrolado à mão; enrolado automaticamente, ou seja, por meio de molas ou motor. Segundo o método de ligação do cabo flexível, extensão enrolável sobre carretel com cabo flexível não destacável desmontável e não desmontável; e extensão enrolável sobre carretel com cabo flexível destacável.

Para o grau de proteção contra choques elétricos: com proteção normal e com proteção aumentada. Para o grau de proteção contra os efeitos nocivos devido à penetração de água IPXO; acessórios não protegidos contra a penetração de água; IPX4; acessórios protegido contra as projeções de água; PX5; acessórios protegidos contra os jatos de água. Segundo a proteção contra as temperaturas excessivas, extensão enrolável sobre carretel com corta-circuito térmico e/ou limitador de corrente; extensão enrolável sobre carretel com pontos fracos.

As extensões enroláveis sobre carretel devem ter as seguintes marcações: tensão nominal, em volts; símbolo da natureza da corrente; nome do fabricante ou do vendedor responsável, ou a marca da fábrica ou a marca da identificação; de modo facultativo, a referência do tipo, que pode corresponder à numeração conforme catálogo; o símbolo do grau de proteção contra a penetração prejudicial de água, se superior a IP20, e o grau de proteção baseia-se na NBR IEC 60529; carga máxima que pode ser conectada às tomadas, indicada em watts, sendo completada esta informação com a tensão, expressa em volts, na condição de cabo totalmente enrolado e na condição totalmente desenrolado. EXEMPLO: “1 500 W – 220 V cabo flexível totalmente enrolado, 3000 W – 220 V cabo flexível totalmente desenrolado”.


Para a proteção contra choques elétricos, as extensões enroláveis sobre carretel devem ser projetadas de maneira que as partes vivas não sejam acessíveis quando em uso normal e quando as partes que puderem ser removidas sem ajuda de uma ferramenta forem retiradas. A conformidade é verificada por inspeção e, se necessário, por ensaio. Para as extensões enroláveis sobre carretel com proteção aumentada contra choques elétricos, é efetuado também por ensaio.

Estes ensaios devem ser feitos imediatamente após a passagem, na extensão enrolável sobre carretel, de uma corrente cujo valor corresponde à carga máxima com o cabo totalmente enrolado durante 1 h, à temperatura ambiente de 20°C ± 5°C. O dedo-padrão, indicado na figura acima, é aplicado com uma força de 10 N ± 1 N em todas as posições possíveis; um indicador elétrico de tensão não inferior a 40 V e não superior a 50 V é utilizado para detectar os contatos com as partes em ensaio.

Para as extensões enroláveis sobre carretel, constituídas de materiais termoplásticos ou elastômeros suscetíveis de influenciar na conformidade com o requisito, o ensaio é repetido, mas a uma temperatura ambiente de 35°C ±2°C, com a extensão enrolável sobre carretel sendo levada a esta temperatura. Durante este ensaio complementar, as partes em material termoplástico ou elastômero da extensão enrolável sobre carretel são submetidas durante 1 min a uma força de 75 N, aplicada com a ajuda de um dedo-padrão rígido, de mesmas dimensões que o dedo-padrão.

Este dedo, ligado ao indicador descrito acima, é aplicado em todos os lugares onde uma flexibilidade excessiva do material isolante pode comprometer a segurança da extensão enrolável sobre carretel. Durante este ensaio, a extensão enrolável sobre carretel não pode se deformar o ponto que as dimensões que garantem a segurança sejam modificadas de maneira exagerada e que as partes vivas se tornem acessíveis.

O ensaio é efetuado com um fio de aço retilíneo rígido aplicado com uma força de 1 N + 0,1/0 N. A extremidade do fio não pode apresentar rebarba e deve estar a um ângulo reto em relação ao comprimento. A proteção é satisfatória se o fio não puder entrar no corpo ou, se entrar, não puder tocar as partes vivas no interior do corpo.

O fio de ensaio é ligado a um indicador elétrico de tensão não inferior a 40 V e não superior a 50 V para assinalar um contato com a parte pertinente. As partes que garantem a segurança contra choques elétricos devem ter uma resistência mecânica suficiente e estar fixadas de maneira segura por parafusos ou meios análogos, de maneira que não se tenha folga em uso normal.

As extensões enroláveis sobre carretel não desmontáveis devem possuir saídas soldadas, engastadas ou outra forma de conexão não reutilizável igualmente eficaz. Não são permitidas as conexões efetuadas por engastamento de um condutor flexível cujos fios foram previamente estanhados, a menos que a zona estanhada esteja fora da zona engastada. A conformidade é verificada por inspeção.

As extensões enroláveis sobre carretel desmontáveis devem possuir bornes com parafusos para condutores externos de cobre. Os dispositivos de aperto nos bornes não podem servir para fixação de qualquer outro elemento, porém podem servir para manter os bornes no lugar e impedir sua rotação. As conexões internas devem ser independentes da conexão do cabo flexível externo.

Uma conexão interna é considerada independente se o condutor da conexão interna ficar na sua posição correta no borne durante a substituição do cabo flexível externo. A conformidade é verificada por inspeção. As extensões enroláveis sobre carretel devem possuir bornes que permitam a conexão adequada de condutores de cobre de seções transversais nominais indicadas na tabela abaixo.



As extensões enroláveis sobre carretel devem ser munidas de um cabo flexível, de acordo com a IEC 60227 ou IEC 60245, que não pode ser mais leve que um cabo flexível com capa de borracha do tipo 60245 IEC 53 ou que um cabo flexível com capa de PVC do tipo 60227 IEC 52. O cabo flexível destacável deve ser um cordão prolongador conforme a parte pertinente da série da IEC 60884 e atender às exigências da norma brasileira apropriada, levando em consideração outros requisitos desta seção.

Pelo menos um dos cordões prolongadores marcados deve ser fornecido para o usuário final com a extensão enrolável sobre carretel. A dimensão mínima do cabo deve ser em função da característica mais desfavorável do plugue ou do dispositivo de proteção incorporado na extensão enrolável sobre carretel, em particular: até e inclusive 6 A: não menor que 0,75 mm²; 10 A: não menor que 1,0 mm²; 16 A: não menor que 1,5 mm²; outros cabos devem ser interpolados.

Os cabos flexíveis devem ter o mesmo número de condutores quantos forem o número de polos no plugue e suas tomadas, os contatos do terra, se existirem, devem ser considerados um polo, seja qual for o número deles. O condutor conectado ao contato do terra deve ser identificado pela combinação de cores verde ou verde/amarelo.

Fonte: ADNormas
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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