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A Engenharia e o Governo Brasileiro


O problema dos interesses da classe de engenharia no Brasil é muito antigo e há uma tendência muito curiosa que também se perde no tempo, de transferir a culpa dos erros do Governo para os técnicos, ficando o Governo apenas com o saldo positivo dos acertos dos técnicos.

É verdade que, por vezes, os técnicos erram como também é verdade que erram os políticos, erram os economistas, erram os médicos e que podem errar, enfim, todos aqueles que exercem atividade produtiva. Mas o técnico, neste particular, intérprete da ação do homem sobre a natureza, para adaptá-la às necessidades da civilização, recebe as críticas pelos seus erros, enquanto os seus acertos servem para o elogio aos políticos.

É hábito do Governo deixar que em determinadas soluções inadequadas, dadas a problemas nacionais ou regionais, quando verificado o erro, seja este atribuído aos técnicos que deveriam executá-las. Ao mesmo tempo, como rotina, com raras e honrosas exceções, não dá aos técnicos suficiente liberdade de ação para que possam orientar os trabalhos de que foram incumbidos, de forma a poderem assumir efetiva responsabilidade pelos resultados, certos ou errados.

Jaime Rotstein. Em defesa da engenharia brasileira (Locais do Kindle 161-169). Digitaliza Brasil.
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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