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Nordeste recebe segundo parque híbrido do país



O Nordeste ganha, ainda este ano, o segundo parque híbrido de energia do país, unindo fontes solar e eólica. O projeto da Renova Energia está sendo implantando em Caetité, semiárido da Bahia. O complexo, que está em fase de conclusão, foi pensado como uma opção financeira para viabilizar a implantação da usina solar e também buscar ganhos de escala ao aproveitar a infraestrutura já montada pela Renova para a eólica.

Os investimentos são de R$ 108 milhões, com 70% obtidos junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

"O projeto é uma alternativa para viabilizar financeiramente a implantação de uma usina solar, cara no país por conta da importação dos equipamentos. Além disso, o modelo híbrido permite que toda a infraestrutura da Renova na região de Caetité e nos municípios vizinhos seja aproveitada de forma mais racional, reduzindo os custos da operação", explica o diretor de projetos da Renova Energia, Carlos Rogério Freire de Carvalho. A empresa está presente na região de Caetité desde 2012, quando inaugurou o maior complexo eólico da América Latina, o Alto Sertão I, com 14 parques eólicos que comportam 184 aerogeradores e 293,6 MW de capacidade instalada.

No parque híbrido em construção, a potência instalada será de 26,4 MW, sendo 21,6 MW de eólica e 4,8 MW de energia solar fotovoltaica. A capacidade de geração de 12 MW médios é energia suficiente para o consumo de uma cidade com 130 mil pessoas. A usina de energia solar contará com aproximadamente 19.200 placas fotovoltaicas. Na geração eólica, serão dois parques e um total de oito aerogeradores.

No sertão de Pernambuco, a cidade de Tacaratu ganhou o primeiro parque híbrido do Brasil. Formado por duas usinas fotovoltaicas e um parque eólico, o empreendimento Complexo Fontes, da Enel Green Power Brasil (EGPB), produzirá 340 gigawatt-hora (GWh) por ano, suficientes para abastecer 170 mil residências. O investimento total chegou a US$ 148 milhões.

O projeto nasceu em 2013, quando Pernambuco fez, de forma pioneira, o primeiro leilão dedicado exclusivamente à energia solar. "Nós já tínhamos um projeto eólico para a região e apresentamos o projeto Fontes Solar, que foi vitorioso. O regime de ventos no Nordeste normalmente se dá no período noturno e é complementar à incidência solar diurna", explica o responsável pela EGPB, Luigi Parisi. A potência instalada solar é de 11 megawatts, enquanto o parque eólico tem 80 megawatts de potência.

A grande vantagem dos parques híbridos é a otimização dos recursos. Ao combinar duas tecnologias de energias renováveis, além de aumentar o volume de geração do projeto, também reduz o custo ao compartilhar a infraestrutura. Equipes de manutenção, subestações e linhas de transmissão são compartilhadas pelas usinas eólica e solar. Desde o início da operação integrada do projeto de Tacaratu em setembro de 2015, já foram gerados mais de 277 GWh. No pico de instalação do parque híbrido da Enel Green Power, 900 empregos diretos foram criados. "Também podemos considerar a criação de 4.500 empregos indiretos em toda a cadeia produtiva setorial", comenta Parisi.

A Enel Green Power tem experiência em projetos híbridos de diferentes tecnologias, utilizando não apenas eólica e solar, mas também biomassa e geotérmica, em diferentes países como Estados Unidos, Chile e Itália. "A geração híbrida é muito eficiente e tem potencial para ser aplicada em outras partes do Brasil, desde que haja uma infraestrutura comum disponível", comenta Luigi Parisi. A energia gerada pelo Parque Híbrido de Tacaratu está conectada à rede básica do Sistema Interligado Nacional (SIN). A linha de transmissão é de responsabilidade da Chesf.

Os empreendimentos de energia renovável no Estado já atraíram dois centros de serviço da GE Wind, subsidiária de energia eólica da multinacional General Electric (GE), além de empresas como Gestamp, LM Wind Power e GRI Flanges Brasil, que fabricam componentes eólicos. Pernambuco conta hoje com um potencial bruto de 1.000 GW de energia eólica e ainda outros 5.195 GW de energia solar. O modelo híbrido se mostra viável em 60% do território pernambucano, segundo a secretária. O projeto do governo do Estado para formar uma cadeia de fornecedores e atrair empresas inclui incentivos fiscais.

Fonte: Valor Econômico
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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