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Siemens aposta em cidade inteligente para reduzir CO2

A fabricante alemã vê nos grandes centros urbanos do Brasil a oportunidade de melhorar a eficiência energética e logística, reduzindo as emissões do gás



A Siemens vê na modernização das grandes cidades o caminho para reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) em escala global e elevar a produtividade na economia. Para isso, a companhia trabalha com a oferta de produtos e soluções para tornar essas cidades mais inteligentes.
"Cidades estão crescendo por todo o globo e temos pensado em soluções do nosso portfólio para atender a esse movimento. Porque acreditamos que é muito mais simples reduzir as emissões de CO2 a partir de cidades, do que de um país inteiro", contou o especialista em sustentabilidade e cidades inteligentes da Siemens, Roland Busch.

Segundo ele, foi possível identificar uma mudança na postura dos gestores públicos na 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizada em dezembro do ano passado. Tanto líderes de países, como prefeitos de grandes cidades já reconhecem que é preciso rever as ações para redução das emissões de CO2. Muitos prefeitos, lembrou Busch, têm metas de redução e tem buscado alternativas para tornar suas cidades mais sustentáveis.

"Ter uma infraestrutura para uma cidade mais sustentável também significa tornar as pessoas mais produtivas. E quando elaboramos um projeto para mostrar porque é importante investir para ter uma cidade mais eficiente com os nossos produtos e soluções, abordamos esses desafios."

Para Busch, a mobilidade urbana é o primeiro desafio para melhorar a eficiência nas cidades, porque as pessoas perdem muito tempo no deslocamento para o trabalho.

De acordo com cálculo feito pela companhia alemã, em algumas cidades do mundo, a população perde até 50% de produtividade com o trânsito. "Ser sustentável é mais que ter apenas ar limpo, é partir de fundamentos que pensam em como tornar as cidades cada vez mais produtivas. Não é possível imaginar cidades como Londres e Paris sem um sistema de metrô, por exemplo."

No Brasil, o executivo destacou a linha 4 do metrô em São Paulo. Com projeto da Siemens, a linha é operada por um sistema de automação que dispensa a operação do trem por um funcionário no próprio vagão. Uma central cuida do funcionamento da linha e, quando problemas são identificados no trajeto, o trem reduz a velocidade, evitando a parada entre estações. "Diferentemente das outras linhas, conseguimos com a linha 4 reduzir a velocidade e não parar o metrô. Somada a outras soluções, é possível ampliar o número de pessoas atendidas por essa linha", disse.

O controle de tráfego nas cidades é outra proposta da companhia para melhorar o deslocamento nos grandes centros urbanos. Em Londres, na Inglaterra, ele destacou que foi possível reduzir em cerca de 20% o fluxo de veículos com a implantação de soluções de controle e automação do tráfego. "Isso mostra o quão poderosa pode ser a gestão automatizada do trânsito em grandes cidades."

A melhoria no deslocamento atende a outra demanda identificada pela Siemens: a segurança urbana. Para atrair empresas e população, os gestores das cidades estão mais preocupados em melhorar a oferta de infraestrutura, outro fator que faz a Siemens apostar na busca por produtos e soluções nesse sentido.

Infraestrutura

O avanço dessas soluções nas cidades brasileiras, entretanto, ainda depende da melhora da infraestrutura local e dos investimentos públicos, ponderou Busch.

"O Brasil investiu menos em relação a outros países em desenvolvimento. Eu acredito que uma das coisas mais importantes para o governo é investir em infraestrutura. Sem investir o suficiente nesse aspecto, o país não cresce. E o Brasil tem que colocar mais recursos nisso do que aplica hoje." Para ele, a melhora na estrutura, para comportar as soluções que dão maior eficiência às cidades também depende da gestão energética, outro segmento no qual a Siemens pretende explorar novos negócios.

"Se as cidades querem ter acesso a energia de forma mais eficiente, precisa rever seus sistemas e aí entram as smart grids." As smart grids são sistemas de transmissão e distribuição de energia com alto grau de automação, um modelo ainda em desenvolvimento no País. A gestão de energia em grandes edifícios também está no radar da empresa. Com a revisão e automação da estrutura de energia em prédios, Busch comentou que a redução no consumo pode chegar a 30%.


Fonte: DCI
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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