
Criada em abril, a CPFL Eficiência fechou seu primeiro contrato para oferta de serviços integrados para economia de energia. O cliente é a mineira Algar Tech, que deve poupar 3,5 mil megawatts-hora (MWh) por ano - o suficiente para abastecer mais de mil famílias.
Ensinar o cliente a consumir menos o seu produto pode parecer um contrassenso, mas é uma realidade para as geradoras e distribuidoras. Em meio à queda no consumo por conta da energia mais cara e da economia fraca, elas passaram a apostar no segmento para impulsionar sua receita com serviços e explorar as sinergias entre as diversas áreas de atuação.
O contrato da CPFL com a Algar deixa clara a estratégia. A empresa de tecnologia procurou a área de distribuição da elétrica para conectar uma futura usina solar que seria implantada no data center de Campinas (SP). Acabou fechando um acordo que inclui a modernização do sistema de iluminação e climatização e o financiamento de duas usinas solares - a de Campinas e mais a ampliação de uma outra, em Uberlândia.
Além disso, migrou do mercado cativo, atendido pelas distribuidoras, para o mercado livre, com a contratação dos serviços da CPFL Brasil, braço de comercialização do grupo. "O grupo CPFL tem muitas empresas, que dão diversas possibilidades de soluções para o cliente com muita sinergia", afirma Luciano Ribeiro, diretor da CPFL Eficiência.
No caso da Algar, a CPFL vai bancar os R$ 6 milhões em investimentos necessários para executar os projetos, que incluem a troca de 18 mil lâmpadas de convencionais por LED e a troca do gás utilizado na refrigeração. A CPFL vai construir e operar os projetos, que serão transferidos para o cliente ao fim do acordo. A remuneração ocorrerá também via taxas de performance, atreladas à economia efetivamente entregue pelos projetos.
Segundo Ribeiro, há "algumas dezenas" de novos contratos em negociação. Os esforços vão além da área de concessão da CPFL, no interior de São Paulo, e chegam até o Nordeste e o Rio de Janeiro, por exemplo. "As empresas estão sofrendo muito com o aumento de energia e estão focando seus investimentos no negócio principal. O fato de a CPFL investir nos projetos de eficiência acaba sendo um diferencial", aponta.
De acordo com ele, a empresa pretende fechar alguns contratos focados em soluções com cogeração de energia, a partir do uso do vapor gerado em processos produtivos, no último trimestre. Recentemente, a CPFL Eficiência firmou contrato com três clientes para instalação de projetos de autoprodução. Ao todo, a empresa tem 30 clientes, que somam 90 MW de capacidade.
Fonte: Valor Econômico