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Carros elétricos chineses desembarcam no Ceará


Um programa inédito de compartilhamento de automóveis lançado no início desta semana em Fortaleza (CE) abriu as portas do país a carros elétricos de origem chinesa. Dois modelos importados da China — o pequenino Zhi Dou, do pouco conhecido Xindayang Group, e o crossover E6, um hatch com características de perua produzido pela BYD — foram escolhidos para compor a frota do serviço, que começa com cinco veículos, mas que, conforme o cronograma do projeto, já terá 20 unidades rodando na capital cearense a partir de setembro.

Responsável pela iniciativa, a Hapvida, maior operadora de saúde no Nordeste, investe R$ 7 milhões no que é o primeiro serviço público de carros compartilhados na América Latina, reproduzindo no Brasil um modelo implementado em Londres e Paris. A intenção do grupo não é fazer do "carsharing"— como o serviço é conhecido em inglês — um novo negócio, mas sim divulgar e vincular seu nome a uma alternativa de mobilidade sustentável, estampando sua logomarca em veículos de emissão zero.

A operação, ainda em fase de demonstração, começou na segunda-feira. A ideia é alcançar 50 mil usuários no primeiro ano. O projeto prevê 12 estações onde eles poderão retirar e entregar os carros. A distância média entre as estações, que também servem de postos de recarga das baterias, é de sete quilômetros.

Para gerenciar a operação, a Hapvida contratou a Serttel, a mesma empresa responsável por administrar o compartilhamento de bicicletas em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.

Interessados no serviço precisam se cadastrar no sistema e, após habilitado, baixar o aplicativo por onde conseguem reservar e obter uma "chave virtual" para destravar e travar os veículos. É cobrada uma taxa de adesão mensal de R$ 40,00, que pode ser revertida em crédito para aluguel dos automóveis. O usuário paga R$ 20,00 para utilizar o carro por até meia hora. No que passar disso, são cobradas taxas, descontadas do cartão de crédito, que variam de R$ 0,40 a R$ 0,80 por minuto de uso. A receita gerada pelo serviço fica com a Serttel.

Há pouco mais de três meses, a General Motors (GM) começou a testar o modelo de compartilhamento de carros com funcionários de sua fábrica no ABC paulista. A ideia da montadora é, até o fim deste ano, levar o serviço a um condomínio residencial de São Paulo. Sete carros do modelo Cruze foram colocados à disposição dos trabalhadores da fábrica da GM em São Caetano do Sul. Via desconto na folha de pagamento, eles pagam R$ 35,00 por hora de uso do veículo ou R$ 210,00 por um aluguel do carro por 24 horas.

Segundo um estudo da consultoria Boston Consulting Group (BCG), o número de adeptos do "carsharing" vai saltar de 5,8 milhões para 35 milhões de pessoas em todo o mundo até 2021. O impacto nas vendas de veículos novos, no entanto, deve ser inexpressivo, na avaliação da casa, já que a maioria dos motoristas não deve abdicar totalmente de ter o carro próprio. Ao mesmo tempo, cerca de um terço das vendas perdidas será compensada pela própria demanda vinda das frotas de automóveis compartilhados em grandes centros urbanos.

Fonte: Valor Econômico
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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