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Estudos projetam mercado de US$ 18 bi para 'smart grid' em 2025



Com o objetivo de capturar investimentos estrangeiros para o setor elétrico do país, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) divulga hoje, em Londres, dois estudos sobre oportunidades em energia solar e em tecnologias de redes inteligentes (as chamadas "smart grids") no Brasil, elaborados pela consultoria Carbon Trust.

O relatório calcula que o mercado de smart grid no Brasil pode chegar a US$ 11 bilhões a US$ 18 bilhões até 2025. Para o mercado de energia solar fotovoltaica, a expectativa é de que chegue a valer cerca de US$ 11,5 bilhões até 2024.

A maior parte do crescimento em energia solar deve acontecer em projetos de maior escala, devido ao compromisso do governo de contratar no mínimo 7 gigawatts (GW) de energia solar em leilões até 2023 e 2024.

Os estudos serão apresentados em um evento na Embaixada Brasileira em Londres, com a presença de representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), entre outros.

Segundo Juliana Vasconcelos e Maria Luisa Cravo Wittenberg, da Apex-Brasil, há uma lista de investidores qualificados e com "certo nível de interesse" no mercado brasileiro de energia elétrica que participarão do evento.

Em relação à tecnologia de smart grid, o estudo calcula que o Brasil deve alcançar a marca de 49 milhões de medidores inteligentes até 2025, ficando aquém da meta estabelecida pela Aneel lá atrás, em 2009, de 63 milhões de medidores até 2021.

A meta da Aneel, porém, "indica que há apoio do governo" para a expansão do segmento, diz o estudo. Esse fator, combinado à atividade atual das empresas do segmento de distribuição, demonstra "claramente" que o mercado dessa tecnologia deve continuar crescendo na próxima década.

"Atualmente, não há metas nacionais para outras tecnologias de smart grid, como para automação. Apesar disso, parece provável que o mercado vá se desenvolver enquanto os principais incentivos da tecnologia ficarem mais claros", diz o estudo.

O mercado global de smart grids é avaliado entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões, segundo o documento. A expectativa é de que, até 2020, esse valor cresça substancialmente, chegando a um mercado avaliando em até US$ 400 bilhões.

No Brasil, as principais oportunidades relacionadas ao uso dessas tecnologias estão voltados para a infraestrutura dos medidores inteligentes (AMI, na sigla em inglês) e para automação em distribuição (DA, na sigla em inglês). Já há investimentos significativos sendo feitos nesses segmentos pelas distribuidoras, mas o espaço ainda é grande pra expansão. As tecnologias podem ajudar a reverter o crescimento das perdas das distribuidoras com perdas não técnicas de energia, resultantes de furtos, e também a lidar com o crescimento futuro da demanda por energia e do uso da geração distribuída.

Para o mercado de energia solar, as expectativas da Apex-Brasil também são de crescimento. O estudo aponta que a indústria de fabricação de módulos para geração desse tipo de energia pode valer US$ 5 bilhões em 2024, considerando a projeção de contratação constante de projetos em leilões nos próximos anos.

Os investimentos no desenvolvimento de projetos de energia solar, incluindo custos de instalação, manutenção dos projetos e prestação de serviços, podem resultar em um mercado de cerca de US$ 2,5 bilhões em 2024. No entanto, ainda há barreiras, como a cobrança de taxas de juros altas para financiamentos. O câmbio é outro risco, pois parte dos equipamentos precisa ser importada.

Fonte: Valor Econômico
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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