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Valor da energia para grandes clientes cai em 2015 e se distancia de tarifas

Indústrias de São Paulo que compram energia elétrica no mercado livre - que inclui grandes consumidores, como fábricas e shoppings- pagam 33% a menos do que a tarifa cobrada pelas distribuidoras no Estado.

Os dados são da Abraceel, a associação dos comercializadores de energia. "Estamos vivendo uma situação singular", afirma Reginaldo Medeiros, presidente da entidade. Nos últimos 11 anos, o preço do mercado livre era, em média, 17% mais barato, segundo ele.

O distanciamento entre o preço livre e o tarifado aconteceu pela crise, que diminuiu o consumo de energia.
Pelo lado da oferta, as chuvas caíram e aumentaram o nível dos reservatórios. E obras de pequenas hidrelétricas ficaram prontas. "Está sobrando [energia] e o preço baixa", diz Medeiros.

O valor no curto prazo da energia convencional, ou seja, que é de fontes como hidrelétrica, teve uma variação de 65% para baixo nos últimos 12 meses no monitoramento da Dcide, uma empresa de informação do nicho.

Este ano foi o de maior migração de empresas para o mercado livre, diz Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc, uma comercializadora. "Até o fim de 2014 tínhamos 250 clientes. Neste ano colocamos mais 205."

O potencial de empresas que podem migrar para esse tipo de contrato é de 15 mil, segundo a Abraceel. Hoje, 1.800 companhias escolhem de quem comprar energia.

RESQUÍCIO DE FLUTUAÇÃO
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As empresas que podem pagar pela eletricidade no mercado livre e fixar o desembolso mensal com esse custo ainda estão sujeitas a um tipo de oscilação: a infraestrutura de transporte da energia.

"O gasto para trazer a energia do ponto da geração até a minha fábrica é de cerca de 45% do valor da conta", diz Eurípedes Guardia, diretor da Hoganas, indústria de componentes metálicos.

Essa parte da conta teve aumentos recentes, diz outro cliente do mercado livre, Roberto Korall, da Component, que fabrica peças de equipamentos eletrônicos.
Outra questão é que o preço da tarifa pode, eventualmente, baixar. "Quando fechei o contrato, há três anos, apostei.
Hoje deu certo, estou contratado a R$ 140. Mas houve um momento de intervenção na tarifa em que perdemos", afirma Korall.

O momento de fechar a compra de energia pode ser difícil por causa da oscilação, diz Victor Kotja, do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia. "Nos últimos três anos houve volatilidade. Em abril, negociava-se a R$ 270 [o MWh]. Nesta semana teve contratos a R$ 125."

Fonte: Folha de S. Paulo (Mercado Aberto)
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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