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Desafio é mudar para energia "nova e limpa", diz Braga

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"Contratamos 15 mil MW de térmicas de baixo rendimento. Nosso desafio, agora, é ver como descontratar esses 15 mil MW e mudar para energia nova, limpa, barata e moderna para que o nosso sistema elétrico brasileiro seja competitivo em termos internacionais." Foi assim, referindo-se à substituição das térmicas a óleo que sujam a matriz brasileira e emitem gases-estufa, que o ministro Eduardo Braga, de Minas e Energia, iniciou palestra em evento sobre clima, em São Paulo.

"Essa energia é cara, não é limpa e nem adequada em termos climáticos", seguiu o ministro, referindo-se ao cumprimento da meta de redução de emissões que o Brasil propôs nas negociações do acordo climático de Paris.

A participação da energia eólica, disse Braga, saltou de zero para 5% em poucos anos. Em 2018 deve bater em 16 mil MW, o que é o dobro da capacidade instalada atual. Ele também mencionou o impulso que energia solar deve ter no Brasil no futuro. Com o BNDES, afirmou, "lançaremos um programa que estabelecerá um novo paradigma". O plano é abastecer com energia solar universidades federais, escolas e hospitais universitários.

Braga falou no seminário "Implicações e Oportunidades Para o Meio Empresarial Diante da Nova INDC Brasileira", a sigla para a meta de redução de emissões de gases-estufa que os países submeteram à ONU, para o acordo climático de Paris, em dezembro. O evento foi organizado pela Iniciativa Empresarial para o Clima (IEC), que reúne o Instituto Ethos, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVCes), o Pacto Global, e outras instituições.

"Sustentabilidade, hoje, é uma questão de competitividade", disse Francisco Gaetani, secretário-executivo de ministério. Wilson Ferreira, presidente da CPFL, deixou claro como: o Brasil gasta 137 kg de carbono para produzir 1 MWh, "nove vezes mais do que a China e seis vezes mais do que os EUA".

Segundo o executivo, a meta brasileira traz desafios importantes para o país, "mas temos bala para ir além". Ferreira acredita que o desafio de cumprir a INDC brasileira vai exigir a ampliação das fontes renováveis, muito mais eficiência energética e redes inteligentes de transmissão de energia (as "smart grids").

O Brasil, disse Ferreira, tem hoje 350 mil MW de potencial de energia eólica e usa apenas 6%. O potencial de geração de energia em pequenas centrais elétricas (PCHs) é de 18 mil MW e só usamos 4,8 mil MW. "A indústria de biomassa é integralmente brasileira. Podemos avançar muito", afirmou.

Para o presidente da CPFL, "o Brasil tem sido importador de tecnologia, mas temos coisas espetaculares, como o biodiesel, só que não se consolidam como tecnologia. O Brasil pode se inserir como protagonista nesse cenário."

"A INDC brasileira é relevante", disse Mario Prestes Monzoni Neto, coordenador do GVCes. "O problema é a sua implementação."

No evento, que teve apoio do British Council, foi lançada uma plataforma para reunir o conhecimento que existe no país sobre adaptação aos impactos da mudança do clima, uma espécie de "hub" de experiências e informações. (Colaboraram Arícia Martins e Estevão Taiar, de São Paulo)

Fonte: Valor Econômico
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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