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Votorantim aposta na construção de usinas próprias

Primeiro passo da nova estratégia foi dado com um aporte de R$ 1,1 bilhão em um parque eólico no Piauí, com 200 megawatts, que deve iniciar a geração em janeiro de 2018



O braço de investimentos em energia do Grupo Votorantim pretende ampliar a participação no mercado de eletricidade por meio da construção de usinas próprias, com o objetivo de vender a produção para outras grandes indústrias, afirmou o presidente da Votorantim Energia,
Fábio Zanfelice. A aposta vem em um momento em que o Brasil enfrenta uma forte alta dos custos da energia no mercado regulado, com as distribuidoras aplicando reajustes tarifários extraordinários para bancar elevados custos com energia termelétrica após dois anos de seca.

O primeiro passo da nova estratégia foi dado com um aporte de R$ 1,1 bilhão em um parque eólico no Piauí, com 200 megawatts, que deve iniciar a geração em janeiro de 2018.

O projeto eólico foi comprado da desenvolvedora Casa dos Ventos, e a Votorantim Energia já tem fechada opção de compra para triplicar o tamanho do empreendimento nos próximos anos e ampliar a oferta.

Além disso, o grupo trabalha em um portfólio de 300 megawatts em pequenas hidrelétricas e iniciou estudos para uma futura investida em energia solar.

O objetivo é vender a maior parte da energia a ser produzida por esses empreendimentos no mercado livre de eletricidade, no qual atuam grandes indústrias e centros comerciais, mas a Votorantim também pretende atrair parceiros que entrem com recursos na fase de investimento
das usinas.

Em troca, esses parceiros teriam acesso a uma parcela da energia produzida, em um regime chamado de autoprodução, que dá descontos em encargos para empresas que investem em usinas para produzir a própria eletricidade.

"Com o aumento dos encargos recentemente, o benefício da autoprodução ficou bastante interessante. Aproveitando isso e mais o fato de a tarifa no mercado regulado estar acima dos preços no ambiente livre, temos aí um grande potencial de mercado para explorar", afirmou.

Segundo o executivo, a estratégia começou a ser definida há cerca de dois anos, com o objetivo de capitalizar o expertise adquirido pela Votorantim no setor, a primeira usina de energia do grupo foi concluída há mais de cem anos. "A estratégia da Votorantim é se tornar um grande player de mercado, tanto em geração quanto em comercialização e gestão (de contratos de energia)", afirmou Zanfelice. Ele disse que a empresa já tem sondado o mercado e identificou possíveis clientes para a solução que pretende oferecer, focada em autoprodução. "É um produto que ajuda o consumidor a reduzir o custo da energia. Já temos consumidores interessados", apontou.

Outro objetivo da Votorantim é ampliar as vendas de energia para empresas de menor porte que atuam no mercado livre, os chamados "consumidores especiais", como shoppings e pequenas fábricas.

O primeiro parque eólico da Votorantim teve 90 por cento da produção comercializada para as distribuidoras de energia no mercado regulado, em leilão realizado em agosto deste ano pelo governo federal.

A Votorantim Energia fechou negócios relevantes nos últimos leilões de comercialização de energia para as distribuidoras, aproveitando um momento em que o País sofria com a falta de oferta, o que elevou o preço praticado nos certames. No final de 2013, a empresa vendeu R$ 278
milhões em contratos em um leilão de energia existente, a um preço médio de R$ 191 por megawatt-hora. Em abril de 2014 foram comercializados mais R$ 4,4 bilhões, a cerca de R$ 270 por megawatt-hora. E, em janeiro deste ano, a companhia fechou mais R$ 104,5 milhões em contratos, a cerca de R$ 390 por megawatt-hora.

Fonte: Jornal do Commercio (RJ)
Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica com especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação. Editor chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Jornalista e Diagramador - DRT 10580/DF. Sites: https://etormann.tk e https://atualidadepolitica.com.br

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